Tumor no pâncreas, o que fazer?

Quais são os tumores de pâncreas mais comuns ?

Os tumores pancreáticos podem ser císticos ou sólidos, tendo abordagem e tratamento diferentes. Os cistos pancreáticos podem ser benignos (pseudocistos por exemplo), necessitando apenas de observação ou mesmo de intervenção cirúrgica ou endoscópica (pseudocistos sintomáticos, maiores que 5-7cm), ter comportamento benigno podendo ser observados (cistoadenoma serosos típicos, por exemplo) ou ter indicação formal para tratamento cirúrgico (cistoadenomas mucinosos, neoplasia mucinosa papilar intraductal com critérios preocupantes, etc) . Dos tumores sólidos o adenocarcinoma pancreático (câncer de pâncreas) é o mais comum, relacionado  a obesidade, diabetes mellitus 2, resistência insulínica periférica, tabagismo, etilismo, baixa ingestão de fibras, alto consumo de gorduras saturadas e carboidratos simples. As medidas de prevenção e o tratamento adequado e racional são fundamentais para o controle e cura desse tipo de câncer. Os tumores neuroendócrinos pancreáticos são o segundo tipo mais comum de tumores sólidos, variando de pequenos tumores neuroendócrinos de baixo grau, com indicação de seguimento por ecoendoscopia e exames de imagem, a tumores de alto grau, com indicação de cirurgia radical. A avaliação dedicada de um especialista é fundamental para definição do plano terapêutico a ser seguido.

Todo tumor pancreático deve ser operado?

Não, muitos tumores pancreáticos não devem ser operados, seja por representarem tumores claramente benignos, facilmente acompanhados por exames de imagem e ecoendoscopia ou  por se tratarem de lesões malignas avançadas, claramente sem benefícios ou indicação para tratamento cirúrgico. A realização dos exames adequados, orientada por um  cirurgião oncológico experiente é fundamental para que tenhamos um diagnóstico de certeza e o melhor resultado possível.

Há cura para os tumores pancreáticos?

Sim, atualmente  parte dos casos pode ser curada, sendo a cirurgia parte fundamental dos casos onde o tratamento curativo é possível.

O prognóstico oncológico é determinado pelo estadiamento oncológico quando do diagnóstico, pelo tipo de tumor,  grau de diferenciação tumoral e pela radicalidade do tratamento oncológico cirúrgico, clínico e radioterápico (quando necessário e indicado por especialista), sendo fundamental a realização de uma cirurgia radical, sem doença residual, independente da via de acesso. 

Infelizmente a  mortalidade do adenocarcinoma pancreático ainda é muito alta, com apenas 15 a 20% de pacientes vivos e sem evidência de doença em 5 anos, apesar do  surgimento de novos quimioterápicos e novos regimes terapêuticos oncológicos.

Como devo realizar o meu tratamento de tumor pancreático ?

O tratamento deve ser realizado por equipe cirúrgica experiente, com formação sólida em oncologia cirúrgica, conhecimentos específicos a respeito de todas as alternativas terapêuticas, que incluem diversas técnicas cirúrgicas, vários esquemas de quimioterapia pré ou pós-operatória, uso de agentes imunobiológicos, uso de radioterapia em situações específicas e interação multidisciplinar com oncologista clínico, radioterapeuta, nutricionista e fisioterapeuta.

Atualmente realizamos as cirurgias pancreáticas por via minimamente invasiva (cirurgia laparoscópica ou robótica) ou videoassistida, na maioria dos casos, obtendo os mesmos resultados oncológicos da cirurgia aberta (convencional) com menos dor pós-operatória, menor resposta inflamatória sistêmica e cicatrizes menores.

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