Tumor no intestino, o que preciso saber?

O que é um tumor no intestino ?

Existem vários tipos de tumores intestinais, desde pólipos benignos e facilmente curáveis, até o câncer do intestino, mais comumente no intestino grosso (cólons e reto). Os pólipos surgem através do crescimento desordenado das células do revestimento intestinal interno (mucosa), podendo variar de pólipos hiperplásicos a pólipos adenomatosos, esses sim com potencial variável para malignização. O adenocarcinoma colorretal (câncer de intestino grosso) é a terceira causa de morte por câncer no Brasil e no ocidente, relacionado  à baixa ingestão de fibras e alto consumo de gorduras saturadas e carboidratos simples, aliada à epidemia de sobrepeso, obesidade, sedentarismo e diabetes mellitus. As medidas de prevenção e o tratamento adequado e racional são fundamentais para o controle e cura desse tipo de câncer, que é o mais comum do aparelho digestivo.

A maioria (cerca de 90%) dos adenocarcinomas colorretais são esporádicos, estando relacionados a fatores ambientais e hábitos de vida, com uma incidência projetada no Brasil de 400.000 casos novos-ano (INCA 2021). Geralmente surge após a quinta década de vida, com tendência a redução dessa faixa etária, associado aos maus hábitos alimentares e sedentarismo inerentes à vida ocidental moderna.

Todo tumor intestinal é câncer?

Não, muitos tumores intestinais correspondem a pólipos benignos (hiperplásicos, adenomas tubulares, vilosos ou tubulovilosos com displasia de baixo a moderado grau), tumores neuroendócrinos de baixo grau, lipomas, hamartmoas e etc. A realização dos exames adequados, orientada por um cirurgião oncológico experiente é fundamental para que tenhamos um diagnóstico de certeza e o melhor resultado possível.

Há cura para câncer no intestino?

Sim, atualmente a maioria dos casos de câncer intestinal pode ser curada, sendo a cirurgia parte fundamental do tratamento.

Graças à evolução tecnológica, atualmente possuímos três alternativas para o tratamento cirúrgico do câncer colorretal, sendo elas as vias de acesso aberta (convencional), videolaparoscópica e robótica. 

O prognóstico oncológico é determinado pelo estadiamento oncológico quando do diagnóstico do adenocarcinoma colorretal, pelo grau de diferenciação tumoral e pela radicalidade do tratamento oncológico cirúrgico, clínico e radioterápico (no caso do câncer retal avançado), sendo fundamental a realização de uma cirurgia radical, sem doença residual, independente da via de acesso. 

A mortalidade do adenocarcinoma colorretal encontra se em torno de 15 a 20% em 5 anos, tendo caído substancialmente na última década, às custas do surgimento de novos quimioterápicos e novos regimes terapêuticos oncológicos.

Como devo realizar o meu tratamento de câncer do intestino?

O tratamento deve ser realizado por equipe cirúrgica experiente, com formação sólida em oncologia cirúrgica, com conhecimentos específicos a respeito de todas as alternativas terapêuticas, que incluem diversas técnicas cirúrgicas, vários esquemas de quimioterapia pré ou pós-operatória, uso de agentes imunobiológicos, uso de radioterapia em situações específicas e interação  e conhecimento multidisciplinar com oncologista clínico, radioterapeuta, nutricionista e fisioterapeuta.

Atualmente realizamos mais de 90% das nossas cirurgias colorretais por via minimamente invasiva (cirurgia laparoscópica ou robótica), obtendo os mesmos resultados oncológicos da cirurgia aberta (convencional) com menos dor pós-operatória, menor resposta inflamatória sistêmica e cicatrizes menores, por vezes quase imperceptíveis.

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